domingo, 30 de maio de 2010

No poço.


Talvez eu tenha perdido mesmo os meus valores. Talvez eu tenha perdido minha suposta identidade. Talvez o meu brilho tenha apagado no decorrer dos dias. Talvez sua ausência tenha me feito sentir assim. E numa batida de uma canção eu me encontro. - Alguém me ajude, por favor, dê-me uma luz, dê-me um caminho, um amor, dê-me asas e um bom lugar pra respirar.
O poço tem ficado mais fundo, me perdi, eu tento voltar, mas minhas sombras me perseguem aonde eu vou, me sufocam, e eu morro um pouco a cada dia.
Perdoem-me aqueles que esperaram muito de mim, me perdoem aqueles que acreditaram em mim, perdoem-me aqueles que confiavam em mim, mas minhas sombras ainda estão aqui. Elas tem me feito sentir mal, me controlam, me cegam, portanto me perdoem. Quando eu voltar, se eu me libertar, prometo compensar com todas as forças de um coração que insiste pulsar o amor, com todo esforço que meu frágil corpo permitir, com o que ainda restar de mim.


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domingo, 9 de maio de 2010

Raul,


Sei o que está pensando agora, que estou louca e como sempre tomo decisões precipitadas, você não está errado. Eu sou louca por ter confundido um sentimento tão nobre que é o amor com o desejo de te ter e em tão pouco tempo iludir você, enganando o meu próprio coração.

Não se culpe por minha partida repentina, sei que há um mês estávamos fazendo a lista dos melhores cantores de jazz, tomando Jack e ouvindo Corinne Bailey Rae com as pernas enroladas.

Sustentei o meu suposto “amor” por muito tempo. Gosto de você, gosto do seu sexo, gosto do seu beijo que atiça meu lado mulher, que me tira do centro e me desequilibra. Mas só isso não é o suficiente, não pra mim.

Minha tentativa de me apaixonar com o tempo só me fez frustrar nas minhas próprias teorias. Tudo acontece por etapas. Confundi sentimentos. Não consegui fazê-los tornarem-se recípocros. Eu não amo você. Nunca foi teu o meu choro. Não posso mais ficar.

Agüentei o que podia agüentar, fomos um bruto de um casal pagão, nosso sexo foi selvagem, mas o meu amor nunca aconteceu, não dá mais pra fingir ser o que não sou, sentir o que não sinto. Desejaria te ter como amigo, na verdade desejaria te amar, mas eu sei que as coisas não são tão simples e as feridas não se cicatrizam de repente.

Deixei suas roupas na lavanderia do prédio, a empregada vem limpar o apartamento amanhã cedo, se eu esqueci alguma coisa, pode doar ou dê a ela. Ela gosta das minhas lingeries. Fui embora e não volto, não venha me procurar.

Adeus,



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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Minha Lei.


- Esta chovendo lá fora!
- Mas eu preciso ir!
- Fique mais um pouco.
- Eu vou chegar atrasada.
- Eu não sou importante pra você?
- Você é.
- Então não se vá baby.
- Lá fora está tão frio.
- Sim, muito frio, fique.
- Não sei se devo.
- Venha sonhar comigo mais uma vez.
- Eu não posso ficar.
- Só mais um pouquinho.
- Eu não posso.
- Então me beije.
- Se eu beijá-lo não conseguirei sair daqui.
- Você não precisa.
- Mas...
- Lá fora está chovendo muito.
- Está.
- Me beije com esses doces e belos lábios.
- Você é tão...
-
-
- Tão o quê?
- Nada.
- Eu sou nada?
- Não, você é tudo.
- Posso te amar?
- Por toda minha vida.
- Então não fuja de mim, fique comigo.
- Será a minha lei.



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