terça-feira, 19 de abril de 2011

Me leve.


Queria ser quem te esquenta nos dias frios
Queria ser seu apoio, sua amiga
Queria ser a outra metade da tua alma
A sua vontade, o segredo dos teus desejos
Deixe-me aproximar
Não se afaste
Não finja não me ver
E deixe que, sei pra onde ir
Me leve junto de ti
Não quero mais fantasiar nosso amor
Não quero mais fingir ser forte
Fingir não te amar e morrer aos poucos
Preciso de você comigo
Preciso do seu cheiro
Preciso da tua pele
Preciso de você.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Procura-se uma luz.


Procura-se uma luz
Nem muito clara
Nem muito escura
- Procura-se uma luz

Perdi num caminho sem rumo
Num caminho escuro
Todos os que me fizeram sumir,
Esconderam a luz que havia em mim.

Procura-se uma luz
Nem muito clara
Nem muito escura
Ela me fazia feliz

Enquanto essa luz se apaga
Outra renasce
Com um quê de liberdade
Como um objeto florescendo novidades

- Procura-se uma luz,
Para matá-la
Ao apresentar minha nova felicidade
Para queimar a minha antiga verdade.

terça-feira, 1 de março de 2011

Novo amanhã.


Primeiro foi incomodo, depois me lembrei de quem estava do meu lado, queria acordar naquela hora mesma pra confirmar que aquele momento era real. Os dedos dele delineavam as minhas costas e eu podia ouvir o sorriso contido dele me vendo arrepiar. Fechei os olhos de novo, queria me virar e beijá-lo, mas depois de estudar meu corpo percebi que estava cansada e feliz demais pra impedi-lo de terminar o que ele estava querendo começar.
Ele beijou minhas costas e meu pescoço. Eu fechei os olhos decifrando o que ele passava com aqueles beijos. Ele virou e percebi que ele se aquietou. Encostei minha boca na nuca dele e o abracei, o abracei como se o amor estivesse ali encarnado e despertando emoções que só o amor consegue lidar.
Nossas mentes estavam conectadas demais, os olhos fixos um no outro nos lembramos da conversa estranha de ”amigos” de onde tudo começou, da descoberta do perfume e dos sentidos que aquele cheiro trazia um ao outro, rimos felizes com o que tinha acontecido. Fomos apresentados ao amor.
Ele chegou bem perto da minha boca e perguntou “Posso te beijar?”, eu sorri, “Se não demorar muito, porque tenho um encontro marcado com meu amigo as 10h”. Ele me beijou lentamente e disse “E se eu trouxer ele aqui facilitaria as coisas?” “Só não deixe ele te ver assim, ele tem um pouco de ciúmes, eu nunca entendi, então é melhor sem constrangimentos”. Agora o beijo foi intenso, como se fossemos o casal de amigos mais apaixonados da cidade.
Liguei os pontos e percebi que nossa energia é forte, é mais ligada e mais antiga que eu imaginava, aliás, eu nem imaginava. A cada beijo, cheiro, aperto e língua descobri que o amor da minha vida sempre esteve do meu lado.


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A obra Novo amanhã. de Elyza C. foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O vilão de nós dois.




Saí da lojinha alternativa e cara onde passei mais tempo do que deveria escolhendo roupas novas depois de uma fase difícil que aprendera a superar. Olhei para o meu lado esquerdo e o vi. Incrível, ele não fica feio. Estava bem vestido, como nunca o havia visto antes, escondia suas tatuagens numa roupa social. Outra coisa incrível, ele estava vestido com roupas sociais. Ele me viu. Sorriu. Explorou-me com os olhos e veio ao meu encontro.
-Oi!
-Oi!
Ele estava bem, seria desnecessário perguntar, até porque ele tomou a iniciativa de me cumprimentar, então ele estava bem.
- Como você está? – Foi inevitável.
- Pô, to bem. – Eu queria que ele estivesse bem, apesar de tudo, nós merecíamos isso.
- Que bom.
- E você?
- Estou ótima.
Eu estava ótima mesmo, não exagerei.
- Quanto tempo, hein?! – Ele disse, com um ar não de completamente decepcionado, mas ainda assim, decepcionado.
- É. Fico feliz em te encontrar.
- Eu também.
Ficou um silêncio ou pareceu um silêncio no tempo em que digerimos o que tínhamos acabado de dizer.
- Você está linda. Como sempre.
Tentando ser a pessoa mais meiga possível, sorri. Me esforcei para não passar qualquer outra coisa pelos meus olhos. Tentei lembrar as vezes que ele me dizia isso, mas não daquela forma, não em pé, não sem graça e nem como um estranho. Eu o olhava e incrivelmente ele era um estranho na minha frente no qual algum dia ou num passado distante parecia que eu já o conhecia de algum lugar, só não lembrava de onde e a única coisa que consegui dizer foi:
- Obrigada.
Tentei ser doce e acho que ele entendeu o recado. Eu queria dizer que ele estava muito bonito também, mas minhas pernas foram mais rápidas que minha boca. Poucos minutos depois o filme da nossa historia estava passando pela minha cabeça e eu estava identificando o vilão da história. Descobri que fomos nós dois. Uma história que não valia a pena um replay.


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